Treinamento Para Crianças - Esportivo ou Marcial ???

E para começar forte na segunda-feira, trago para vocês uma matéria muito boa sobre A Iniciação de Lutas para crianças. Confiram!



INICIAÇÃO DE LUTAS: ESPORTIVAS OU MARCIAIS? 
(Tema: Treinamento para Crianças) 

No Brasil, notoriamente as lutas orientais tiveram sua maior divulgação na década de 1970, com filmes de autores Chineses com Bluce Lee! ( Lee Jun Fan – Ator de vários filmes de Artes Marciais, Nasceu em 27 de Novembro de 1940 em San Francisco e faleceu em 20 de junho de 1973, nos EUA. ). Para os Brasileiros, as lutas foram apresentadas de forma como, algo fora do comum, e por vezes violento, cujos praticantes poderiam até mesmo voar. Ainda hoje as lutas são ensinadas na maioria das vezes de forma tradicional, ou seja, como foi sua criação.




A tradição, a história os ensinamentos são muito importantes para que as origens marciais de determinadas lutas jamais sejam esquecidas, porém, vivemos em um pais totalmente diferente de onde nasceram as artes marciais, e a tradição oriental pode não ser aceita pelo nosso povo com naturalidade, ainda mais se tratando da organização de procedimentos pedagógicos para uma faixa etária, como na infância, que não esta familiarizada com uma cultura tão diferente.

 










Os treinamentos nas aulas de lutas são um formato de repetição exaustiva, em que o aluno “copia” o professor, e assim reproduz tudo aquilo, nas aulas e competições. 

Por que as crianças devem reproduzir o que os adultos fazem? Qual a contribuição para sua formação?Isso é mesmo necessário? Partindo do fato de que crianças e adultos terem interesses diferentes nas praticas de uma modalidade esportiva ou de luta, o tratamento da criança como um adulto em miniatura ainda é uma realidade comum nas escolas e academias.


Outra pergunta que deve ser feita é: Uma criança tem mesmo o objetivo de se aperfeiçoar? OK, “dificíl pergunta”. De uma forma geral a criança não pratica Karatê ou qualquer outro esporte apenas ou com objetivo de aperfeiçoar e ser um vencedor em competições. Em pesquisa realizada no Canadá, Smoll (1988,p.9) apresenta seis razões que motivam a participação de jovens no esporte:
      
  • Distrair-se ( Brincar ); 
  • Melhorar aquilo que já sabe fazer na modalidade e aprender novos elementos; 
  • Estar com os amigos; 
  • Emoção e Excitação; 
  • Ganhar ou ter êxito; 
  • Ficar mais “forte”;

Assim, direcionar o envolvimento da participação na luta apenas para a participação em competições significa reduzir a possibilidade de vivência corporal, afetiva e social, que justificam a busca pelo esporte apontados pelas próprias crianças.











Com relação às lutas, crianças e pais relatam um fator especial que instiga a procura pela tal pratica na infância: os desenhos animados e outros programas com personagens que apresentam elementos da luta em sua composição. No caso do Karatê, é comum a criança ter visto um super-herói capas de vencer “dez bandidos“ ao mesmo tempo e dar saltos espetaculáres, ou um personagem animado derrotar monstros enormes por meio de seus poderes, baseado nisso, procurar a modalidade.



O professor deve trabalhar e incentivar essa imaginação; pois, nesse momento, a criança está criando o seu modo de enxergar as coisas. Claro que não se deve fazer da aula de karatê uma “guerra“, mas canalizar essa energia e criatividade e dar a criança uma aula em que ela possa ter conhecimento para saber aproveita-los depois.



Bujin Do Kan: Apresentação Power Ranger


Bujin Do Kan – Japonesas  ( ensaio para apresentação )


Bujin Do Kan: apresentação no Teatro Municipal de São João da Boa Vista - 2010.


Olivier (2000,p.11) aborda de forma interessante a agressividade envolvida na pratica da luta corporal: “Não se trata de procurar supremi-la, mas de considerá-la como modo de expressão e de comunicação, para que a criança seja progressivamente capaz de situá-la em suas relações com os outros, trazendo, assim, respostas ás interrogações”. Dessa forma, não se trata de permitir agressões tais quais aquelas observadas em programas de televisão, mas, com base no interesse da criança pela aula de karatê ou outra luta, ensiná-la a convier com a agressividade, de forma a não prejudicar-se ou prejudicar os colegas. 


Um Grande Abraço! 

Continuaremos com este e outros assuntos em breve, até lá... 

Fonte consultada: Pedagogia do esporte aplicada às lutas.



Antonio Carlos Gabriche

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